quarta-feira, 6 de junho de 2012

Volta ao Luxemburgo


Esta é a competição mais importante do país, classificada como 2HC e por isso, recheada de grandes equipas do pelotão mundial. E como não podia deixar de ser a equipa da casa, a toda-poderosa Radioshack, que tinha como único objectivo vencer, trazendo com alguns dos mais fortes atletas do grupo.


Começou com um prólogo de 2,5 km. A partida poderia até ser boa para as minhas características, não fosse o percurso ter 1km em plano, 1km em descida e uma autêntica parede de 500mts em paralelo, que chegava a ter mais de 15% de inclinação. Ainda assim as pernas pareciam responder bem, aquando do aquecimento, mas uma crise alérgica que me atacou na véspera do inicio da prova não me beneficiou em nada.
A primeira etapa contava com 180 quilómetros e 2300 metros de desnível. Uma fuga logo de inicio de apenas 2 ciclistas e a equipa da Saur – Sojasun, que tinha a camisola amarela, a controlar a etapa. Apesar do desnível, acabou por ser discutida ao sprint num pelotão compacto e ganha por André Greipel. Tive boas sensações durante todo o dia e tentei fazer uma boa chegada, a velocidade era alucinante e o contacto físico era inevitável. Numa chegada louca, acabo em 19ª posição. Penso que poderia ter feito um pouco melhor, mas a colocação na última curva foi determinante e não arrisquei em demasia.

183 quilómetros, um percurso e uma historia de etapa muito idêntica ao dia anterior. Novamente numa chegada “quase ao sprint” pois uma pequena colina, a 400metros da linha de meta, fez com que André Greipel vencesse com alguma facilidade junto a um pelotão que chegou “em fila”.
A etapa rainha era constituída por 7 prémios de montanha, 205 quilómetros e pouco mais que 3000 metros de desnível. Quem pensa que no Luxemburgo não há subidas, acredite que todos os dias eram bastante duros! A Radioshack não queria desiludir e, por isso mesmo, desde o início marcou um ritmo desconfortável, para que na fase final, com as 3 passagens no Col’ de Europe podessem fazer a diferença. E assim foi, Kloden, Frank e Fulgsang atacaram e só Wout Poels (Vacansoleil) os conseguiu acompanhar e ainda vencer a etapa. Fulgsang assumia a liderança da prova. Eu sofri a bem sobrer e quando vi um grupo formado pelo camisola amarela, Greipel e companhia, achei melhor seguir tranquilamente com eles e guardar um pouco para o dia seguinte.

Ao contrário do que eu pensei, o último dia tornou-se um autêntico “filme de terror”. Chuva, vento e frio, 100 quilómetros e mais um circuito citadino de 7 voltas, com descidas em paralelos molhados e estradas estreitas que contabilizaram mais 50 quilómetros e mais 2800 metros de desnível. E para “ajudar” ainda contei com um furo na roda traseira e, mais tarde, à entrada do circuito final, com a corrente partida. Já sem carro de apoio, tive de fazer os 50 quilómetros numa bicicleta do “apoio neutro” da Shimano, e como cereja no topo do bolo, tinha pedais Shimano, que ao contrário de mim, uso pedais Look, e claro está, os pés não “prendiam”. Só podia fazer força para baixo e ter cuidados triplicados nas descidas de paralelos. Sim foi uma aventura!!! E apesar de terminar no 59º lugar (apenas terminaram 60 ciclistas), penso que fiz o melhor que consegui, ajudando os meus colegas sempre que foi necessário e terminada a minha primeira Volta ao Luxemburgo, quando à partida nem era para participar!

Sem comentários:

Enviar um comentário